Correspondência entre Machado de Assis e Joaquim Nabuco

de Graça Aranha

A obra que revela uma amizade que mudou o Brasil.

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“Correspondência entre Machado de Assis e Joaquim Nabuco”Uma edição inédita da obra, em formato exclusivo, de fácil leitura e com um conjunto de referências para uma análise minuciosa da relação intelectual entre dois homens que amavam interpretar a História do Brasil e suas contradições.

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“Feliz o homem que pode escrever aos seus amigos uma carta por estação.”

(Joaquim Nabuco escrevendo a Machado de Assis, de Londres, em 19 de novembro de 1901).

Entre a escravidão e os vícios da literatura: entenda uma das amizades mais intensas da História do Brasil

Joaquim Nabuco tinha quinze anos, quando pela primeira vez escreveu a Machado de Assis. O ano era 1864 e o país passava por um momento de notável turbulência política, devido às acaloradas discussões sobre o acesso à terra, o fim da escravidão e a inserção da mão de obra imigrante. Como homens capazes de criticar ideias e fazer amigos, Machado e Nabuco tornaram-se reconhecidos pela conciliação política. Assim, daquele ano em diante, essa amizade, baseada na admiração e no respeito, vingou como uma árvore cujos galhos repletos de frutos nunca faltaram. De fato, eles sabiam escrever com a “pena da galhofa e a tinta da melancolia”. Ao ler essas correspondências entre esses ilustres personagens, o leitor pouco imagina que eles, muitas das vezes compartilhando do mesmo senso crítico sobre a realidade histórica do Brasil, possuíam origens sociais tão distintas.

Do Morro do Livramento, onde nasceu em 1839, filho de um mulato, pintor, e de uma portuguesa, lavadeira, até à presidência da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1897, a vida de Joaquim Maria Machado de Assis não seguiu a mesma regularidade daquela inerente à de Nabuco. Em alguma medida, eles eram diametralmente opostos, apesar de tão afinados. Sem meios para cursos regulares, Machado estudou como conseguiu e, em 1854, com 15 anos incompletos, publicou o primeiro trabalho literário.

Por outro lado, nascido em Recife, em 1849, no seio de uma família aristocrática e influente, Nabuco ainda muito jovem foi ao Rio de Janeiro, lugar em que estudou no Colégio Dom Pedro II. Ao conviver no coração da política imperial, ele aplicou no público o que já havia aprendido no âmago do seu lar. Deve-se mencionar que o convívio, ainda no ambiente familiar, com personalidades do Império, que debatiam em longas conversas assuntos relativos ao governo, despertou e estimulou no menino certos traços do pai, Nabuco de Araújo, como a fidelidade à monarquia e a vocação para a política.

Afinados com a temporalidade histórica em que viviam, esses dois ilustres intérpretes da História do Brasil foram autores de obras atemporais que, com a devida intensidade, discutiram os rumos de nossa civilização e o estágio de nossa humanidade. Portanto, se você deseja conhecer a fundo como se deu a relação de amizade entre Machado de Assis e Joaquim Nabuco, garanta já esse clássico.

3 IDEIAS DEFENDIDAS POR MACHADO DE ASSIS E JOAQUIM NABUCO

O fim da escravidão

Joaquim Nabuco teve uma participação de extrema importância no movimento abolicionista brasileiro, que resultou na assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. Como deputado, atuou fortemente em favor da Abolição e fez dela uma de suas bandeiras políticas mais atuantes. Inclusive, em cartas trocadas com Machado de Assis, o pernambucano defendia a ideia de que a literatura brasileira deveria engajar-se em uma espécie de campanha nacional em favor dos libertos. Como amigo, ‘O Bruxo do Cosme Velho’ a incorporou em seus escritos, sendo autor de muitos contos que versavam sobre as malhas preconceituosas da escravidão.

“Se fui incoerente aí entrando e permanecendo, separo-me da Academia pela coerência.”

(Graça Aranha, em 1924, após ter um projeto de reforma da Academia Brasileira de Letras recusado por seus pares.)

Conheça o homem que fundou a Casa de Machado de Assis sem ter escrito qualquer obra

Em 21 de junho de 1868, nasceu o escritor maranhense, jurista e diplomata Graça Aranha, reconhecido por ser um dos organizadores da Semana de Arte Moderna ocorrida em 1922, em São Paulo, além de autor pré-modernista e imortal da Academia Brasileira de Letras. Homem influente de sua geração, Aranha fez os seus estudos superiores em Recife, capital pernambucana, onde se diplomou em Direito. Teve uma trajetória semelhante à de vários intelectuais de seu tempo, advogando, atuando na imprensa e participando de grupos que se reuniam para trocar ideias sobre política, artes e literatura. Na transição do século XIX para o XX, o ingresso na carreira diplomática o levou à Europa, onde integrou a delegação brasileira, em Londres, chefiada por Joaquim Nabuco, seu amigo, por quem nutria admiração profunda e duradoura.

Antes disso, em 1897, Aranha participou da fundação da Academia Brasileira de Letras (ABL), sendo o titular da cadeira número 38, com um detalhe: era o único dos fundadores a entrar na instituição sem ter nenhum livro publicado, o que contrariava o estatuto. Vinte e sete anos depois, em 19 de junho de 1924, ele apresenta, na instituição, a conferência O espírito moderno, em que afirma: “A fundação da Academia foi um equívoco e foi um erro”. Após a conferência, Aranha envia um projeto de reforma aos seus pares, sugerindo que a instituição aceitasse apenas obras com temas nacionais, bem como editasse um dicionário de brasileirismos.

Apesar disso, Graça Aranha não deixou de escrever sobre o Brasil. Pode-se afirmar, até mesmo, que ele se tornou um dos brasileiros mais notáveis em toda a Europa, no início do novo século. Em alguma medida, a sua figura pública tem valor de estudo inestimável para se conhecer o papel do intelectual do seu tempo e a heterogeneidade do modernismo brasileiro, movimento, segundo ela, constituído por múltiplas faces. Na obra do mês de novembro de 2024 do Clube Rebouças, você terá acesso à coleção de cartas organizadas por esse ilustre brasileiro, que foram trocadas entre Machado de Assis e Joaquim Nabuco.

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Ser assinante do Clube Rebouças é uma experiência altamente gratificante, em primeiro lugar, porque assinar o Clube é ter acesso a uma vasta bibliografia de história do Brasil que, além de ser repleta de livros raros e de difícil acesso, também possui uma qualidade editorial que desperta um verdadeiro gosto pelo estudo; e em segundo lugar, porque fazer parte do Clube Rebouças é colaborar com um projeto que busca heroicamente resgatar nossa história tanto por meio do labor intelectual, quanto pela restauração de patrimônios históricos vilipendiados. Hoje, sou mais brasileiro graças a esse trabalho empreendido pelo Clube

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Sou assinante do CR e inicialmente as obras raras e o empenho na manutenção do patrimônio, me encantaram. Ao receber os primeiros livros,pude ver que a proposta se cumpria com um livro bonito e o material extra bem completo, tanto para leigos como para estudiosos da história. O pós venda é bom e o custo beneficio atende bem o pacote da assinatura.

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Assim que o conheci, o Clube Rebouças já me pareceu uma excelente ideia, antes mesmo de seu primeiro lançamento. Sou estudante de história e trabalho como pesquisador na área, então, naturalmente, minhas expectativas sobre o trabalho do Clube eram tão altas quanto minhas aspirações acadêmicas e profissionais - e, por que não, quanto minha paixão por história do Brasil. Tive a sorte de assina-lo a tempo de receber todos os livros editados pelo Clube até agora, e a experiência vem sendo ótima. Fora os livros propriamente ditos - edições de obras raríssimas e de grande interesse historiográfico -, os ensaios que as precedem são especialíssimos, ainda mais tendo em vista que prefaciam livros há muito tempo esquecidos, e portanto, não analisados.

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